Atleta amazonense com síndrome de Down vence preconceito nos tatames

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Conheça a história de Jones Marcos, atleta com síndrome de Down que compete no jiu-jítsu com pessoas sem deficiência e coleciona medalhas

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Sorriso no rosto é marca de Jones Marcos, atleta de jiu-jítsu com síndrome de Down. Foto: Reprodução/Amazon Sat

MANAUS – Uma finalização no preconceito. Assim pode ser definida a história de Jones Marcos, 16, atleta amazonense com síndrome de Down que compete no jiu-jítsu. Com apenas 16 anos, ele coleciona medalhas e serve de exemplo para a inclusão de pessoas com deficiência nas lutas.

Jones treina na academia Nova União Jiu-Jítsu, no bairro Alvorada, com o professor Paulo Roberto ‘Batata’. “Ele é uma animação total nos nossos treinos. Ele chama a torcida pra gente. Até os presidentes de federações param pra ver esse garoto. Pra nós, ele é um guerreiro”, contou o treinador ao canal Amazon Sat.

Campeonato Amazonense, seletiva do ADCC e Amazon Open estão entre os campeonatos em que Jones já conseguiu medalhas, sempre lutando contra atletas sem deficiência. As conquistas são o orgulho do pai, Jones Sales, que acompanha de perto os treinos e até se graduou para dar aulas de jiu-jítsu em virtude da escolha do filho. “Cada vez que ele vai numa competição e ganha uma medalha, pra mim é uma satisfação como pai. É um reconhecimento que ele está desenvolvendo, mesmo com síndrome de Down”.

Apesar das limitações na fala, Jones Marcos é um garoto hiperativo. “Se mandar ele de manhã pra academia, ele só sai de noite”, conta o pai. Nos treinos, Jones se destaca pela rapidez no aprendizado das técnicas. “É um atleta muito dedicado. E ele está na frente dos outros garotos porque a força dele é desproporcional para o corpo”, disse Batata.

Apesar da superação, infelizmente o garoto também é vítima do preconceito, como relata o pai. “Hoje em dia ainda existe preconceito. Como um campeonato que teve no ano passado, que eu não vou falar o nome, onde um atleta chamou ele de deficiente. Aquilo me doeu”, confessa Jones Sales. “Isso não é coisa que se fale. Mas era um rapaz de 16 ou 17 anos, que não sabe muito o que fala”, completou Batata.

O pai do jovem talento nutre o sonho de levar o filho para um torneio fora do Amazonas. A falta de patrocínio é a maior barreira. Foi por este motivo que Jones Marcos não competiu no Brasileiro de Jiu-Jítsu Esportivo, em Belém, neste mês. “Quero mostrar quem ele é, como ele se desenvolveu, pra quebrar mais o preconceito”, disse Jones Sales.

Sales aproveita para fazer um convite a outros pais que possuem filhos com síndrome de Down. “Bote seu filho pra fazer um esporte. Hoje infelizmente não temos um Down pra lutar com ele, ele luta com gente normal. Queria ver os pais botando seus filhos pra ‘rolar’ com ele. Ele é faixa azul, luta bem”.
Fonte: Portal da Amazônia