Minha maior alegria é ter essa figurinha ao meu lado todos os dias. 🙂
“Não tenho tempo pra esperar a hora
Tem que aqui tem que agora
Agora não, já!”
Adoro esse trechinho da música “Eu sou um bebezinho” do “Palavra Cantada”. Adoro porque né? Me identifico. Eu sou uma pessoa ansiosa, daquelas que tem bruxismo desde criança. Quero resolver tudo. Agora. Um dos ensinamentos que a chegada da Alice trouxe foi, sem dúvidas, respeitar que as coisas tem seu tempo. Li certa vez uma frase genial: “9 mulheres grávidas não geram um filho em um mês”. E é bem por aí, muitas vezes não adianta você querer que algo aconteça logo, certas coisas estão fora do seu controle. Acho que a origem da minha ansiedade justamente vem de querer controlar tudo, inclusive o tempo.
Pra complicar ainda mais, de umas semanas pra cá eu fiquei com a impressão que a Alice deu uma “empacada” no desenvolvimento motor. O bichinho da ansiedade voltou a me cutucar e confesso que me senti um pouco hipócrita. Será que eu era tão tranquila com o desenvolvimento da Alice porque no final das contas ela não tinha tanto atraso assim? E foi só ela atrasar um pouco mais para eu ficar impaciente novamente?
Estou tentando melhorar, e com o passar dos meses aprendi a respeitar o tempo da Alice: fui ficando mais calma, pensando menos em questões futuras e que fugiam ao meu alcance. Aliás, um dos objetivos do #NVCA é transmitir esta filosofia para os leitores, estimular seus filhos mas entendendo o tempo deles. No entanto é bem difícil traçar essa linha, não é mesmo? Até onde a paciência vira conformismo? E como distinguir estimulo saudável de uma pressão inadequada? A maternidade (e parternidade) traz muitas reflexões, e saber onde desenhar esta linha é um dos meus maiores desafios. Sei que muitos se identificarão com esta angústia.
Tenho que relembrar sempre (e isso é um belo exercício para gerenciar ansiedades) que não posso vincular minha alegria em ser mãe e meu orgulho da Alice somente às suas conquistas. É injusto comigo e principalmente com ela. Minha alegria deve estar entrelaçada principalmente à minha profunda gratidão por tê-la como filha.
Fonte: Nossa Vida com Alice