A cada dia a nossa vida vai se modificando, em meio a todos os acontecimentos, bons e ruins. Quando no dia 23 de agosto do ano passado, recebemos a notícia que a nossa pequena Alice tinha Síndrome de Down, me lembro muito bem da nossa decisão de não mudar os nossos planos para a vida dela, que foi o de fazer tudo para que ela cresça uma criança feliz. Houve apenas a alteração provocada pela nova situação. Ela apenas precisaria de atenção especial em alguns detalhes, que, hoje podemos dizer, “pequenos detalhes”.
E como tem valido a pena. A surpresa não acontece toda semana com essa menina; ela é diária. Não se passam 24 horas sem que ela nos dê um motivo a mais para transbordar de alegria. Falar papai, mamãe, nenem, pé, ainda continua a fazer nosso coração palpitar, mas, sem dúvida, o sorriso carismático é algo que me enche os olhos de lágrimas diariamente. A inocência do olhar, os gestos…
Esta semana, vivi uma experiência maravilhosa, quando eu e a pequena fomos até a Livraria Canção Nova. Quando terminou, passei na capela para agradecer a Deus pela vida de Alce; me aproximei do altar e ela fixou o olhar no Sacrário. Achei que ela estava achando bonito aquela cena, com a capela meio escura e a vela acesa indicando a presença de Jesus Eucarístico. Do nada, ela com a mãozinha para a frente, como que apontando o Sacrário, fala PAPAI.
Sempre ouvi dizer que as crianças conseguem ver os anjos, que quando estão sorrindo e brincando “sozinhas”, podem ser os anjos brincando com elas. Depois do que vi, creio profundamente que Jesus falou ao coração da minha filha naquele momento. Obrigado Senhor.
Há algum tempo, um amigo, João Victor, da Comunidade Católica Homem Novo, músico de qualidade maravilhosa e que tem uma filhinha com SD, me disse que conversava com a esposa e sentiu no coração que as nossas filhas, Alice e Lara seriam missionárias Down para levar a palavra de Deus às pessoas. Eu Creio.