SD: Como trabalhar o lado psicológico dos pais?

Defrontar-se com a perda é muito difícil. Costumo dizer que perder um pai, uma mãe, um irmão, um tio é perder o passado e perder um filho, mesmo que esperado, é perder o futuro. A perda do filho esperado deve ser inicialmente entendida como um momento de grande luto, pois todas as perspectivas que elaboramos para um futuro filho, no momento da notícia do nascimento de um filho com síndrome de Down/T21, caem por água abaixo.
A extrema delicadeza da situação deve ser abordada com cautela e habilidade que ultrapassa os conhecimentos técnicos profissionais. Com isso, quero dizer que a formação profissional na área da saúde não é suficiente para dar um suporte que possa sustentar tal drama social; é necessário, além de uma grande habilidade profissional, uma prática deste momento que somente é adquirida pela vivência a longo prazo de várias destas situações.
O papel do psicólogo é indubitavelmente importante na condição de dar alicerces e, portanto, condições estruturais para que o casal consiga entender, compreender e acreditar na perspectiva da ampla gama de possibilidades que ornamentam a sociabilização das pessoas com síndrome de Down/T21, desmistificando parâmetros sócio-culturais e informações errôneas previamente existentes e impostas pela sociedade com relação as esses pacientes.

Prof. Dr. Zan Mustacchi – CEPEC-SP 

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