O Pontifício Conselho para os Profissionais de Saúde realizou no Vaticano uma conferência histórica de especialistas no assunto
Por Redacao
ROMA, 24 de Novembro de 2014 (Zenit.org) – O papa Francisco recebeu neste sábado, no Vaticano, os participantes da maior conferência já realizada sobre o autismo, que reuniu centenas de profissionais da saúde, incluindo especialistas de nível mundial.
Com o título “A pessoa com distúrbios do espectro autista: encorajar para a esperança”, a reunião organizada pelo Pontifício Conselho para os Profissionais de Saúde se realizou de 20 a 22 de novembro na Sala Nova do Sínodo, no Vaticano. A finalidade do evento foi levar a um maior entendimento desta patologia, que ainda é incurável, e aprofundar nos tratamentos e nas reabilitações parciais existentes hoje, bem como dar apoio às famílias que acolhem os autistas em seu seio.
Participaram muitas pessoas afetadas pelo autismo, junto com familiares e associações diversas. O Santo Padre agradeceu a todos pela iniciativa “tão cheia de mérito e de atualidade, dedicada a um tema complexo como é o caso do autismo”. Francisco agradeceu também pelos “significativos e comoventes testemunhos” das “várias associações ali presentes” e se aproximou do público para saudar e beijar os enfermos, as crianças e seus pais.
O pontífice observou que estes distúrbios que afetam muitas crianças têm consequências para as suas famílias e constituem situações “que interpelam diretamente os responsáveis pelos governos e instituições, sem esquecer, é claro, das comunidades cristãs”.
“É necessário o empenho de todos para promover o acolhimento, o encontro, a solidariedade e a esperança", porque, desta maneira, contribuímos para “romper o isolamento e, em muitos casos, também o estigma que pesa sobre as pessoas afetadas por distúrbios do espectro autista”, um estigma que, com frequência, também “pesa sobre as suas famílias”, para as quais esta condição “é uma cruz”.
O papa convidou os participantes a criarem “uma rede de apoio e de serviços, completa e acessível, que, além de envolver os pais, também integre os avós, amigos, terapeutas, educadores e agentes pastorais”, a fim de ajudar as famílias a superar a sensação de inadequação, ineficácia e frustração.
Francisco incentivou os estudiosos e pesquisadores a descobrir os elementos de apoio para curar e prevenir estes distúrbios, “respeitando os direitos dos enfermos, as suas necessidades e as suas potencialidades, protegendo sempre a dignidade de cada pessoa”.
O papa confiou a Nossa Senhora a proteção de todos os presentes ao evento e lhes agradeceu pelas suas orações, rezando junto com todos uma ave-maria e dando a sua bênção. Ao encerrar, ele rezou também uma oração pela alma do cardeal Angelini, fundador do Conselho da Saúde, a quem “nosso Senhor chamou para junto de si nesta noite”.